Capim Massai
A cv. Massai (Registro SNPA BRA 007102, e ORSTOM T21) é um híbrido espontâneo entre P.
maximum e P. infestum, e foi coletada na Tanzânia na rota entre Dar es Salaam e Bagamoyo em
1969. É uma planta que forma touceira com altura média de 60cm e folhas quebradiças, sem
cerosidade e largura média de 9mm. As lâminas apresentam densidade média de pêlos curtos e
duros na face superior. A bainha apresenta densidade alta de pêlos curtos e duros. Os colmos são
verdes.
Por ser um híbrido entre as duas espécies citadas, as inflorescências são intermediárias entre uma
panícula, típica de P. maximum, e um racemo, típico de P. infestum. As inflorescências apresentam
ainda ramificações primárias curtas e nenhuma ramificação secundária. As espiguetas são pilosas,
distribuídas uniformemente, com a metade da superfície externa arroxeada. O verticilo é piloso.
A cv. Massai é uma nova opção forrageira morfologicamente muito distinta das demais cultivares
da espécie existentes no mercado. Ela encontra-se entre os 16% dos acessos da coleção
classificados como sendo de porte baixo; 19% como de folhas finas; 8% com folhas eretas
dobrando nas pontas; 18% com pilosidade nas espiguetas e 4% de híbridos naturais entre as
espécies P. infestum e P. maximum.
COMO PLANTAR?
Deve ser realizado no período das chuvas, que geralmente ocorre de outubro a fevereiro,
preferencialmente entre novembro e início de janeiro. O solo pode ser preparado de forma
convencional, com aração e gradagem. A taxa de semeadura recomendada varia conforme o padrão
das sementes, ou seja, se convencionais ou revestidas, sendo em média de 06 a 10 kg por hectare no
sistema de semeadura a lanço ou com o plantio em linha. Neste caso, o espaçamento entrelinhas não
deve ultrapassar 20 cm e profundidade de semeadura de no máximo 2 cm. Em seguida deve ser feita
uma leve compactação do solo para favorecer a germinação das sementes.
O tempo de utilização é de 90 a 100 dias após o plantio e a melhor época para a semeadura é em
meados de outubro até fevereiro. Dessa forma o solo apresentará condições de umidade favoráveis
para a germinação.
*** Sementes de capim massai devem ser plantadas em condições próprias para o crescimento das
plantas.
A velocidade de germinação das sementes é um fator importante para o rápido estabelecimento da
pastagem. Por essa razão, a má formação e a dificuldade na recuperação da pastagem a curto prazo,
ocorre em solos que não satisfaçam estas condições, resultando na perda da capacidade produtiva.
O capim massai é uma alternativa para diversificar os sistemas de produção de forragem e
intensificar a pecuária no Brasil. É uma espécie importante para a produção de carne, leite e pasto,
apresentando-se como excelente forrageira para alimento de bovinos, equinos e ovinos.
ADUBO VERDE
O capim massai é utilizado como adubo verde, não só pelo seu rápido e vigoroso crescimento após
o corte, mas também por ter uma tolerância maior ao sombreamento do que a maioria dos capins.
Assim, na agricultura sintrópica e em sistemas agroflorestais é possível fazer consórcios de plantas
onde as "ruas", ou entrelinhas, são de capim massai e as leiras - linhas de árvores e/ou hortaliças -
são de várias espécies que serão beneficiadas pelo acumulo de matéria orgânica em suas bordas, a
partir do constante corte e manejo. Dessa forma, ao longo do tempo, aumenta-se o percentual de
matéria orgânica no solo, a microbiota, e a fertilidade.
FORRAGEM
É um capim considerado de boa palatabilidade e nutritivo para o consumo animal, como forragem.
O consumo de P. maximum cv. massai, como matéria seca, foi relacionado em experimentos com o
ganho de peso dos animais.
Experimento realizado por pesquisadores da Embrapa Caprinos e Ovinos (CE) concluiu que o
plantio consorciado de milho e capim-massai é uma opção economicamente vantajosa para
alimentação de rebanhos de ovinos na região semiárida do Brasil.
O capim massai pode ser consorciado com o milho para formação de silagem. Em um hectare com
as duas culturas, é possível produzir biomassa de forragem para manter produtivos 53 ovinos de
corte ou leite, com peso corporal médio de 25 kg, durante oito meses, período que corresponde à
época de estiagem. Os resultados indicaram que produzir o volumoso em sua propriedade a partir
do plantio de milho e capim-massai é 31,35% mais barato para o criador do que adquiri-lo no
comércio. A partir do segundo ano, sem o custo com o cercamento da área, essa economia chega a
78%.
O capim Massai também por ser utilizado em consorciação com leguminosas. Estudo realizado em
consórcio com amendoim forrageiro, mostrou aumento de 31% na produtividade de forragem após
16 semanas de crescimento no período chuvoso quando comparada com o capim Massai isolado.
Outras possibilidades de consórcio para formação de pastagem ou silagem variam de acordo com a
estratégia de produção e disponibilidade de cada produtor. Alguns exemplos de consórcios: massai
+ estilosantes, massai, sorgo, guardú taipeiro, etc.
Em propriedades rurais onde não é feito o manejo correto de pastagem, o consumo por equinos não
é recomendado.
ALTURAS DE MANEJO
As alturas recomendadas de manejo do capim são: 50 a 60 cm para entrada em sistemas
rotacionados e 25 cm para saída, podendo elevar para 30 cm em solos mais pobres. O Massai não é
recomendado para pastoreio contínuo.
CALAGEM E ADUBAÇÃO
A cv. Massai, a exemplo de outras cultivares da espécie P. maximum, requer níveis médios a altos
de fertilidade do solo na implantação, mas é a menos exigente em adubação de manutenção e
persiste maior tempo em baixa fertilidade com boa produção sob pastejo. É, entre as cultivares de P.
maximum, a mais tolerante ao alumínio do solo.
A quantidade de corretivos e adubos deve basear-se na análise de solos. Recomenda-se para
implantação da pastagem, aplicação de calcário para elevar a saturação por bases de 40% a 45% na
camada de 0 a 20 cm de solo. Adubação fosfatada deverá elevar os teores de fósforo em Mehlich-1:
• em solos muito argilosos (>60%), para acima de > 4 mg/dm3;
• em solos argilosos (35% a 60%), para acima de > 6 mg/dm3;
• em solos textura média (15% a 35%), para acima de >12 mg/dm3;
• em solos arenosos (<15 acima="" de="" para="">15 mg/dm3.
O potássio deve estar na faixa de 50 a 60 mg/dm3. Quanto a outros nutrientes, recomenda-se a
aplicação de 30 kg/ha de enxofre, e para os micronutrientes, 40 a 50 kg/ha de uma fórmula de FTE
que contenha cobre, zinco e boro, ou equivalente em fontes solúveis.
Embora a cv. Massai se adapte e persista em uma ampla faixa de textura de solos comparativamente
às demais cultivares, seu desempenho e persistência também são melhores em solos de textura
média e argilosa.
VANTAGENS
Quando consorciado o massai melhora a cobertura do solo reduzindo os problemas de compactação
pelos animais em pastejo e de erosão do solo, justamente pela diversificação do ecossistema que irá
contribuir para reduzir os riscos de perda pelo ataque de pragas e doenças.
O capim massai possui 4 qualidades indispensáveis para quem está pensando em escolher uma
pastagem produtiva. São elas:
- Alta produtividade;
- Boa Palatabilidade – Comportamento durante o período chuvoso e seco;
- Qualidade de forragem;
- Boa persistência das pastagens.
Para que haja um melhor satisfação e cobertura do solo, é importante realizar o manejo de
formação, auxiliando a evitar touceiras esparsas com a presença de solo descoberto e pastagem mal
formada.
Essa técnica é realizada no período de 60 a 100 dias após a germinação, lotando de animais por um
curto espaço de tempo a pastagem, diminuindo assim a concorrências entre as plantas e
proporcionando uma cobertura melhor e mais rápida do solo.
O capim Massai deve ser considerado na utilização entre os capins da espécie Panicum maximum
graças a algumas características que possui, como:
- melhor cobertura do solo entre as cultivares de Panicum. Apresenta 87% contra 76% da cv.
Mombaça;
- maior tolerância à diminuição da disponibilidade de P no solo, uma vez que apresenta maior
persistência nos níveis baixo de fósforo no solo do que outras cultivares;
- maior produção da parte aérea e raízes em condição de maior concentração de alumínio, pois
apresenta sistema radicular mais adaptado às condições de compactação, elevada acidez e déficit
hídrico.
Portanto, o Panicum maximum cv. Massai é uma alternativa para a diversificação das pastagens
com gramíneas, graças às suas características de resistência à cigarrinha das pastagens e maior
persistência em solos com baixos teores de fósforo. Além disso pode ser utilizada em sistema de
produção de bovinos, ovinos, caprinos e equinos*.
*** Somente em pastagens com o manejo correto. ***
O Massai tem boa palatabilidade, sendo bem consumido por bovinos, equinos, ovinos e caprinos,
obtendo bons desempenhos e alto suporte animal. Vale ressaltar que, quando mal manejado, levando
ao excesso de talos, a ingestão deste capim pode gerar problemas ao sistema digestivo dos cavalos,
podendo até causar sua morte por constipação do sistema digestivo (Cólica), este fato ocorre mais
na região norte do país, aonde não sabemos de relatos da região sul, sudeste. Para os bovinos, ele
não leva a morte, porém o desempenho animal é bastante comprometido quando mal manejado. Um
erro constante do pecuarista é trabalhar com alturas de entrada altas, entre 80 a 100cm,
desrespeitando o porte mais baixo do capim, o que os leva a obter baixas produções de arrobas (@)
com esta forrageira.
Um aspecto importante de adaptação apresentado por esse capim é a sua resistência à cigarrinha-
das-pastagens. A cv. Massai foi avaliada, em várias ocasiões, quanto à resistência à cigarrinha
Notozulia entreriana por meio de parâmetros, como: percentual de sobrevivência de ninfas; duração
do período ninfal; níveis populacionais no campo; notas de dano; preferência de alimentação por
adultos; peso seco de fêmeas e taxa de excreção. O teste de maior importância, nesse conjunto de
avaliações, é aquele no qual se verifica a adequabilidade da planta hospedeira com base na
sobrevivência de ninfas e duração do período ninfal. Verificaram-se, consistentemente, baixos
níveis de sobrevivência e prolongados períodos ninfais para a cv. Massai, caracterizando-a como
pouco adequado ao desenvolvimento do inseto.
O porcentual médio de sobrevivência foi comparável com aquele constatado para a cultivar
Tanzânia-1 (ao redor de 10%), porém, inferior aos 39% e 37%, respectivamente, para as cultivares
Mombaça e Tobiatã.
Considerando-se, no entanto, que a duração média do período ninfal foi superior na ‘Massai’ (41
dias) em relação às cvs. Tanzânia-1 (32,5 dias), Mombaça (29,3 dias) e Tobiatã (30,5 dias), pode-se
inferir que essa cultivar apresenta maior resistência à cigarrinha N. entreriana que as demais
cultivares. Outros parâmetros avaliados serviram para reforçar essa conclusão, ao se constatarem
baixos níveis populacionais de adultos e ninfas no campo e menor taxa de excreção.
Quando se avaliaram danos causados por adultos de cigarrinhas confinados em plantas do capim-
massai, constataram-se danos moderados. Seguramente, essa cultivar de P. maximum foi a mais
avaliada quanto à resistência a uma cigarrinha, revelando-se resistente. Tendo em vista a existência
de várias outras espécies de cigarrinhas, ocorrendo numa multiplicidade de condições ambientais,
apenas com o tempo e uso mais amplo desse acesso é que se terá um quadro mais abrangente desse
relacionamento inseto-planta.
Valores nutricionais por 100g de capim-massai:
- Energia: 340 kcal
- Carboidratos: 55g (principalmente fibras)
- Proteínas: 8g
- Gorduras: 1,5g
- Fibra: 25g
- Cálcio: 150mg
- Fósforo: 100mg
- Vitamina C: 15mg
- Vitamina E: 1,5mg
- Vitamina K: 15mcg
O capim-massai é rico em fibras, o que pode ajudar a regular o trato gastrointestinal e controlar os níveis de açúcar no sangue. Além disso, é uma boa fonte de cálcio, fósforo e vitaminas C, E e K.
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